Monday, November 28, 2005

O amor

Outro dia, uma das minhas ex me falou que eu nunca amei ninguém de verdade. Que eu me envolvo com as pessoas apenas por interesse: sexo, dinheiro, facilidades, presentes... Mas que nunca me deixei me envolver por completo, nem como amigo, nem como amante.
Bom, se fizer uma recapitulação da minha vida, em algumas situações ela tem razão, em outras não. Poxa, sou casado! A mulher com quem me casei, amo perdidamente. Sou capaz de tudo por ela. Mas o que doeu, foi quando me dei conta que em questão de amizade, fui muito canalha em algumas delas. Algumas mulheres, fui confidente, amigo, ombro pra chorar. Sempre com a intenção de levá-las pra cama, sem ao menos pensar no que iria acarretar à nossa amizade ou à pobre cabecinha dela. Simplesmente transava, ficávamos um tempo e saia fora.
Nos meus vinte e poucos anos cheguei a fazer uma listinha com todas as mulheres com quem me envolvi, catalogando-as em uma série de quesitos:

- beijei ou fui dispensado
- namorei ou só fiquei
- transei ou não
- sexo casual ou teve repeteco
- amiga ou não
- traí ou não
- etc.

Pois é, que coisa suja, não!? Mas eu era assim. Mudei bastante, afinal, casei.
A pergunta que fica é: minha esposa já figurou nessa lista? E a resposta é não. Pode parecer mentira, mas ela foi a única que eu pensei em nem colocá-la lá. Por que? Sei lá, talvez por eu estar perdidamente apaixonado por ela, a ponto de ter queimado tal lista (choro em lembrar da cena até hoje...), juntamente com as fotos de todas as componentes. Claro que tinha fotos delas!
Contrariando a minha ex, eu realmente gostei muito de todas elas, à minha maneira.
Tanto que a lista pode estar perdida, mas cada uma delas está na minha cabeça e, vira e mexe, elas surgem na memória ou pessoalmente. e cada vez que uma aparece, eu me lembro do que fiz, como fiz e porque fiz com ela. Às vezes me dá um remorso, quando vejo que ela está sozinha ainda, ou que engordou, ou que está tomando antidepressivos. Mas quando vejo que ela está bem, casada com um cara mais bonito ou mais rico que eu, ou mesmo que é bem mais bem sucedida que eu, fico feliz. Por 15 minutos. Aí, dou um sorriso amarelo, me despeço e vou pra casa procurar aquele maldito livro de vudu que nunca encontro quando preciso.

E o que é amor então? Será que é algo como a música Eduardo e Mônica, do Legião? Realmente não sei.

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