Tuesday, December 06, 2005

Teoria da Alimentação I

Nesse último fim de semana, estávamos discutindo sobre o Catupiry (esse mesmo, com "y" no fim) e o quanto alguns restaurantes e pizzarias inescrupulosos enganam a gente com aquela mistura de leite-maisena-polvilho-farinha. Além disso, tem gente (eu não!!) que não consegue diferenciar a tal mistura dessa maravilha láctea.
Se você reparar bem, só a consistência já entrega de cara se o troço é legítimo ou genérico. O catupiry é encorpado, de coloração "areia" (Não sabe que cor é? Pergunte à sua namorada, ela sabe.). Já o genérico é viscoso, esbranquiçado, xôxo.
O gosto também é indefectível. O verdadeiro é saboroso, nada enjoativo.
Mas o fator principal que diferencia um do outro, tenho o maior orgulho de dizer que descobri sozinho, é a queimadura no céu da boca. Isso mesmo, as queimaduras provocadas no céu da boca enquanto estão muito quentes.
Pode fazer o teste:
Esquente um deles até que fique borbulhante. Coloque na boca e deixe que entre em contato com o céu da boca. Grite, engasgue e tome um líquido gelado pra esfriar. Passe a língua pela queimadura e anote suas impressões. Dias depois, repita a operação com o outro (tem que dar um tempo pra sarar a queimadura).
Você vai notar que a queimadura causada pelo Catupiry é assimétrica, bem como a bolha que se forma depois. Já o genérico deixa um rastro mais simétrico, se estendendo até a úvula (que adquire um tom avermelhado não visto na experiência com Catupiry).
Depois de inúmeras repetições, pude comprovar tal diferença. Enfim, salvei mais um monte de gente de ser enganada.

Wednesday, November 30, 2005

Galinhando

Ontem, conversando com um amigo, chegamos à conclusão que flertar (uma palavra antiqüada, mas foi a única que me veio à cabeça) é a parte mais legal do lance da galinhagem. Aquela história de você ir atrás, falar aquele monte de coisas pra menina, cercar e tentar parecer aquele cara que você não é, mas é o que ela quer. Esse é o grande barato!
Aí, você 'ganha' a menina. Beija, lambe, faz o diabo com ela. Depois de um tempo começa a ficar chato. Por que? Porque a graça estava na 'caça'.
Imagine que você é um caçador esportivo em viagem à África. Você vai para as savanas, monta acampamento, prepara as armadilhas, limpa suas armas, checa a munição, pega a mochila e vai à caça. Fica mais de um dia inteiro, ou por vezes dias, a espera da sua presa. Eis que surge aquele leão, enorme, com uma juba também enorme e dourada. Ele tem o olhar agressivo, é forte e rápido. Um grande desafio. Você vai enfrentá-lo (você e suas armas, claro), olhá-lo de perto. Ele não foge, te ameaça, ruge tão alto que você gela. Mas a adrenalina já escorre pelas suas orelhas. Ele rodeia, você acompanha. De repente ele ameaça ir para um lado, você continua acompanhando. Ele dá a volta, salta e você atira bem no meio do peito dele. Pronto, você matou o bicho. E então, o que você faz? Manda os guias cortarem o pobre bichinho, separar a pele dele e a cabeça, que vai pra sua sala pendurada na parede. Um troféu, que depois de uns tempos você estará de saco cheio de olhar e seus amigos estarão entediados de escutarem a mesma história.
Assim é com a gente. Não é que a mulher cansa a gente. É que o barato da caçada acabou. Você a tem aos seus pés, fazendo o que você quer. Aí, um dia você está andando e, do nada, aparece 'outra leoa'. O seu instinto de caçador começa a coçar novamente. E lá está o caçador a espreita de mais uma vítima.
O engraçado é que, como nas caçadas de verdade, o flerte (cara, tou realmente odiando essa palavra) tem todo um ritual e procedimentos. Por exemplo, quando você está conversando com a menina, se você perceber que o papo a está agradando, dê um jeito de encerrar a conversa. Invente um compromisso, vá ao banheiro, diga que precisa visitar a mãe, mas pare agora mesmo de conversar. Parece loucura, mas algumas mulheres fazem isso, só pra deixar aquele gostinho de quero mais. E isso, por encreça que parível, deu certo em 90% das minhas cantadas. Elas sempre querem continuar o papo outro dia, outra hora, em outro lugar. Parece coisa de adolescente punheteiro, mas é a mais pura verdade.
E tem mais um monte de coisas que são legais de se fazer, mas são apenas fórmulas. E como toda fórmula, podem dar errado. Aliás, tem até uma brincadeira que umprofessor meu fazia. For mula: ou, para mula. Péssimo, mas eu penso nisso a todo momento.
Na verdade, estou meio sem paciência de concluir esse texto. Então escrevo qualquer merda mesmo. Foda-se.

Tuesday, November 29, 2005

Descarado

Minha amiga vai ter que me perdoar, mas copiei descaradamente o nome desse diário de uma conversa dela, que acabou resvalando numa outra conversa comigo. Em um determinado ponto dessa nossa conversa, ela me disse que eu também sofria da tal "Síndrome da Alta Fidelidade", termo inventado por um outro conhecido e dedicado a ela.
Enfim, realmente sofro de tal mal. Trintão, mau-humorado, imaturo, inconseqüente. Esses e outros atributos são comuns entre eu e Rob (com a diferença que eu não tenho aquela fabulosa loja de discos e meu conhecimento musical deve ser a metade do dele).
Outro dia, revendo o filme pela enésima vez, tive um ódio mortal dele. Pois era eu naquela película! Até então, eu ria do cara se fodendo, tendo aquelas crises que ele tentava esquecer rearranjando a ordem dos discos em casa, ou fazendo uma listinha clássica "top five". Mas, que merda! Eu vivo fazendo isso.
Atualmente tou passando por uma barra. E meu comportamento está se repetindo! Mas o que dá mais raiva mesmo, é o fato de eu ter visto o filme e não ter me ligado disso sozinho! Minha amiga teve que me zoar pra que eu entendesse a imbecilidade da situação!
Ou seja, continuo burro e lesado, mesmo após os trinta.

Monday, November 28, 2005

O amor

Outro dia, uma das minhas ex me falou que eu nunca amei ninguém de verdade. Que eu me envolvo com as pessoas apenas por interesse: sexo, dinheiro, facilidades, presentes... Mas que nunca me deixei me envolver por completo, nem como amigo, nem como amante.
Bom, se fizer uma recapitulação da minha vida, em algumas situações ela tem razão, em outras não. Poxa, sou casado! A mulher com quem me casei, amo perdidamente. Sou capaz de tudo por ela. Mas o que doeu, foi quando me dei conta que em questão de amizade, fui muito canalha em algumas delas. Algumas mulheres, fui confidente, amigo, ombro pra chorar. Sempre com a intenção de levá-las pra cama, sem ao menos pensar no que iria acarretar à nossa amizade ou à pobre cabecinha dela. Simplesmente transava, ficávamos um tempo e saia fora.
Nos meus vinte e poucos anos cheguei a fazer uma listinha com todas as mulheres com quem me envolvi, catalogando-as em uma série de quesitos:

- beijei ou fui dispensado
- namorei ou só fiquei
- transei ou não
- sexo casual ou teve repeteco
- amiga ou não
- traí ou não
- etc.

Pois é, que coisa suja, não!? Mas eu era assim. Mudei bastante, afinal, casei.
A pergunta que fica é: minha esposa já figurou nessa lista? E a resposta é não. Pode parecer mentira, mas ela foi a única que eu pensei em nem colocá-la lá. Por que? Sei lá, talvez por eu estar perdidamente apaixonado por ela, a ponto de ter queimado tal lista (choro em lembrar da cena até hoje...), juntamente com as fotos de todas as componentes. Claro que tinha fotos delas!
Contrariando a minha ex, eu realmente gostei muito de todas elas, à minha maneira.
Tanto que a lista pode estar perdida, mas cada uma delas está na minha cabeça e, vira e mexe, elas surgem na memória ou pessoalmente. e cada vez que uma aparece, eu me lembro do que fiz, como fiz e porque fiz com ela. Às vezes me dá um remorso, quando vejo que ela está sozinha ainda, ou que engordou, ou que está tomando antidepressivos. Mas quando vejo que ela está bem, casada com um cara mais bonito ou mais rico que eu, ou mesmo que é bem mais bem sucedida que eu, fico feliz. Por 15 minutos. Aí, dou um sorriso amarelo, me despeço e vou pra casa procurar aquele maldito livro de vudu que nunca encontro quando preciso.

E o que é amor então? Será que é algo como a música Eduardo e Mônica, do Legião? Realmente não sei.